quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

PANORAMA

SEM TRÉGUA

Quando se pensa na corrupção endêmica que, há muitos anos (na verdade desde o desembarque de Dom João quando recebeu 'de presente' de um traficante de escravos a melhor casa da cidade), vem destruindo o país, logo surge a ideia de que o fim está muito distante, haja vista seu grande poder entranhado, principalmente, em todas as instituições públicas, privadas e na cultura de todos que, desde o princípio, corrompem ou são corrompidos, não importa o tamanho da ilicitude - a cervejinha pro guarda - e da decomposição. O famoso 'todo mundo faz'... Entretanto, muitos continuam cumprindo a obrigação de ser honestos e, no caso das instituições, fazendo o que tem de ser feito para cumprir a lei e punir aqueles que, de alguma forma, participam da engrenagem corrupta. Como, por exemplo, boa parte da Justiça, da Imprensa, as redes sociais sérias, alguns poucos políticos e outros que se preocupam com o próximo e com o futuro do País. 

TODOS JUNTOS 
 
Confirmando a tese de que nem tudo está perdido e estamos, literalmente, em guerra - a qual não podemos perder - nesta semana participamos do ato "Educação, sim! Corrupção, não! na UERJ, promovido pela própria universidade, o Ministério Público Federal e outras instituições públicas e da sociedade civil também preocupadas com tudo que aconteceu - e continua acontecendo - no Brasil nos últimos anos. O evento fez parte da celebração do Dia Internacional de Combate à Corrupção (09/12) e marcou o lançamento carioca da campanha #TodosJuntosContraCorrupcao, para prevenir a corrupção com ações de educação e cultura. Entre os temas mais relevantes estavam apresentações de boas práticas educativas e culturais para valorizar o orgulho de ser honesto desde a infância e ações que devem ser multiplicáveis em escolas e outros espaços com vistas a construir uma sociedade menos suscetível à corrupção. A tarefa é árdua, sim, mas se cada um de nós fizer sua parte, primeiramente, sendo 100 % honesto e, claro, parecendo honesto, divulgando os bons exemplos e denunciando os maus, o resultado será um País mais justo para todos e um inferno para os que insistirem na ganância, no egoísmo, em querer levar vantagem em tudo. E roubar.

CONGRESSO: SERVE PRA QUÊ?

Mais uma vez, pesquisa do Datafolha acaba de revelar ao mundo, entre outras coisas (daquela coisa chamada política e políticos nacionais), o que o mundo todo já sabe: que 60 % dos entrevistados consideram o Congresso Nacional ruim e péssimo e apenas 5% da população acreditam em deputados e senadores. Ou seja, que é necessário se fazer uma grande reforma política, a começar pelas eleições do ano que vem, reformando tudo, quem sabe, deixando de fora algo em torno de 513 deputados (entre mortos e feridos, pouquíssimos deveriam ser salvos) e a grande maioria dos 81 senadores que também não serve pra nada? Quem sabe, acabando com o grande ralo existente, onde a maioria dos projetos não tem por objetivo atender as principais reivindicações e vai para aquele lugar e com o esgoto para onde deveriam ir todos os ratos (se bem que até os mamíferos têm importância na cadeia) Cadeia, xiiiii!? 

ZORRA TOTAL

O Estado do Rio de Janeiro está mesmo entregue às moscas, à  própria sorte e tem dado o pior dos exemplos que se pode dar a quem o tinha como o lugar mais bonito para se viver e para investir, apesar dos índices de criminalidade. E isto foi provocado pelos últimos governos, basta olhar para os presídios, penitenciárias e cadeias - e até para as prisões domiciliares e para os calcanhares - e contabilizar o número de autoridades que, por ora, perderam o direito à liberdade. A começar pelos ex-governadores Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, os deputados Jorge Picciani e Paulo Mello, presidente e ex da Alerj e Edson Albertassi, além de ministros do TCE, empresários e tantos outros que expropriaram usurparam, defraudaram, enfim, roubaram tudo que puderam da população fluminense e hoje deixaram o estado desmoralizado e em situação de penúria total. Sem dinheiro para cumprir com seus muitos compromissos e à mercê de uma Justiça que se desdobra para manter os bandidos e canalhas presos. Sendo assim, com uma quase total falta de controle e de mando, de um lado, bandidos, ainda soltos e do outro, agentes públicos de segurança ocupando as primeiras páginas dos jornais fazendo selfies com traficantes presos, numa clara demonstração de que o Rio é uma zorra total.

 PÉS E MÃOS GRANDES

E por falar em maus exemplos, o criminoso preso - até que o 'colega' Gilmar Mendes o liberte também - Sérgio Cabral, acaba de sair (não da cadeia, felizmente) com mais uma grande tirada bem ao seu estilo debochado e irreverente demais pro meu gosto. Ele acaba de declarar que 'sempre foi um grande realizador e que não é culpado pelo caos no Rio de Janeiro' (faltou dizer que era honesto e que a culpa é da Adriana gastadeira, sua mulher). E mais: 'que a culpa é do governador Pezão'! Tirando a mitomania e os demais delírios próprios de quem, desesperado, sabe que tá sentado num nabo daqueles, até que Cabral acertou quando disse que Pezão é um dos grandes responsáveis pela bandalheira e roubalheira instaladas no Rio pois, afinal de contas, ele nos governos de Cabral, Garotinho e Rosinha - seus padrinhos políticos  -  foi secretário, supersecretário e vice-governador e, portanto, impossível não saber ou participar dos principais 'esquemas' montados'.

 VALE TUDO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), instado a se pronunciar sobre as candidaturas (ou pré, como se diz na gíria de quem tem tem medo) de Bolsonaro e Lula, ou Lula e Bolsonaro - dependendo da importância, idade e comprometimento com a Justiça - disse que não pode puní-los, sequer multá-los, pois o que os dois vêm fazendo nas reuniões, nos comícios, ops, nos atos políticos e nas redes sociais não caracterizam pedido de votos. Estão apenas expondo seus pontos de vista e antecipando possíveis candidaturas caso se consolidem depois das convenções partidárias. Como estamos num país do absurdo, do jeitinho, da corrupção, não somos sérios mesmo e o TSE é presidido por Gilmar Mendes, campeão de imbecilidades e atos não muito ortodoxos e compreensíveis à luz da ética, até que a justificativa tem amparo "legal". Oxalá, durante as eleições de 2018, isto tudo não se transforme numa terra de ninguém e valha tudo. Até dançar mulher com mulher e homem com homem.