O que diz e faz o ministro do STF, Gilmar Mendes - com toda aquela
picardia e arrogância peculiares -, toda vez que surgem no cenário
assuntos polêmicos como as novas mudanças nas regras do trabalho escravo
(que Temer quer trocar pelos votos da base ruralista para continuar se
safando), reforça a tese de que a corrupção, dentro e fora das
instituições, pode estar muito bem protegida pelo poder que pessoas como
ele tem nas mãos. E nas mangas. Dizer que, ao acumular funções de
ministro do Supremo e presidente do TSE, não se sente "escravizado",
numa comparação com aqueles trabalhadores que sofrem, de norte a sul do
País, as agruras do comprovado regime de exploração, é ultrapassar
qualquer limite de bom- senso, respeito e preocupação com as pessoas.
Aliás, o que Gilmar não demonstra, pois toda vez que abre aquela bocarra
para defender poderosos usa de ironia e comparações completamente
esdrúxulas e descabidas. E de largos sorrisos e outros gestos de quem se
sente verdadeiro senhor da razão e acima de qualquer suspeita.