domingo, 22 de outubro de 2017

REI NA BARRIGA

O que diz e faz o ministro do STF, Gilmar Mendes - com toda aquela picardia e arrogância peculiares -, toda vez que surgem no cenário assuntos polêmicos como as novas mudanças nas regras do trabalho escravo (que Temer quer trocar pelos votos da base ruralista para continuar se safando), reforça a tese de que a corrupção, dentro e fora das instituições, pode estar muito bem protegida pelo poder que pessoas como ele tem nas mãos. E nas mangas. Dizer que, ao acumular funções de ministro do Supremo e presidente do TSE, não se sente "escravizado", numa comparação com aqueles trabalhadores que sofrem, de norte a sul do País, as agruras do comprovado regime de exploração, é ultrapassar qualquer limite de bom- senso, respeito e preocupação com as pessoas. Aliás, o que Gilmar não demonstra, pois toda vez que abre aquela bocarra para defender poderosos usa de ironia e comparações completamente esdrúxulas e descabidas. E de largos sorrisos e outros gestos de quem se sente verdadeiro senhor da razão e acima de qualquer suspeita.