terça-feira, 19 de setembro de 2017

PACTO DE SANGUE

Vivemos um tempo de muita turbulência no Brasil provocada pelo desejo desmedido por bens materiais, dinheiro e, principalmente, pelo poder, o que nos levou ao nível de corrupção atual. A ganância pode ser constatada todos os dias, em cada canto do país, com as apreensões de joias, grandes quantidades de dinheiro e até documentos encontrados com pessoas ligadas as mais diferentes esferas dos mais diferentes governos. E nos mais diferentes lugares. Sem falar no conteúdo das delações feitas por quem, pretendendo diminuir o impacto do rigor da lei, tem colocado a 'boca no trombone' deixando à mostra o produto do roubo praticado aos cofres públicos - no caso, a fortuna subtraída da educação, da saúde, da previdência, da segurança, dos transportes e de tudo mais que a ganância desmedida é capaz -  e até os diversos pactos feitos para proteger interesses dos envolvidos nas muitas falcatruas  as quais se acostumaram os maus políticos e empresários do País, bem como parte da população já contaminada pela temível doença. E na onda das delações e dos acordos, surgiu neste cenário de horror macabro e caos da política nacional, a figura do Pacto de Sangue - feito para proteger uma promessa e que deve ter tido origem na lenda de Fausto, através da figura de Mefistófeles, quando se falava de um negócio com o diabo - , citado, por exemplo, por Antonio Palocci em depoimento recente ao juiz Sérgio Moro. Nele, o ex-ministro menciona (basta acessar a internet) acordos feitos entre Lula e a Odebrecht visando proteger 'um pacote de propinas' que envolveria um fundo de 300 milhões de reais para atividades políticas do ex-presidente, um terreno em São Bernardo, outro em São Paulo para construção de um instituto que leva seu nome, de um imóvel vizinho ao seu apartamento e outros bens - sujos de sangue de milhões de brasileiros e brasileiras - que fazem parte das investigações ainda em curso. Já tem gente chamando de Barganha Palocciana a delação que deve retirar, de vez, Lula do páreo nas eleições do ano que vem e aliviar um pouco a barra do denunciante que já se tornou persona non grata do PT e inimigo número um de muita gente por aí envolvida na roubalheira. Aliás, uma ladroagem que parece não ter fim, nem pactos que a esconda para sempre dos que começaram a vir pegar 'suas almas' de volta.