quarta-feira, 17 de maio de 2017

REFORMA MORAL

Uma diz que vai melhorar a vida do trabalhador brasileiro e aumentar o número de empregos, mas, na verdade, a modificação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) vai retirar todos os direitos dos autônomos, possibilitar a precarização dos assalariados, permitir a negociação coletiva, pactuando o trabalho escravo, além de ir contra uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil, que exige debate amplo e proíbe tramitação de urgência. A outra, a Previdenciária, esfacela a seguridade social como hoje conhecemos, a partir da constatação de que não se trata de uma proposta que visa ao equilíbrio financeiro do regime previdenciário atual - cuja necessidade é altamente discutível -,haja vista o governo ignorar os R$ 426 bilhões que não são repassados pelas empresas ao INSS e dar outras vantagens como o perdão da dívida de R$ 1 trilhão de grandes proprietários de terras e a adoção do Refis que propõe parcelar as dívidas de empresas em até 240 prestações. E ainda cortar 90 % das multas. Entre outras 'bondades' que, como sempre, beneficiarão os que mais têm, como os bancos, os sonegadores e, principalmente, os que financiam as campanhas políticas pelo famigerado - e abominável - Caixa 2, assegurando os projetos pessoais de deputados e senadores que compõe a base de um governo vulnerável politicamente e que vive uma grave crise de legitimidade e de representação (será que o TSE vai mesmo cassar a chapa Dilma/Temer?). Enfim, ambas são tão draconianas que deveriam fazer com que as mobilizações populares voltassem às ruas tal qual as últimas que provocaram as maiores operações da Justiça visando o fim (ou a diminuição) das práticas de corrupção num País que precisa, urgentemente, de outras reformas sérias como a Moral e a do Código Penal. As mesmas que nos permitirão sentir menos vergonha de ser brasileiro e receber de volta a maior carga tributária do planeta (aliás, quando será proposta a Reforma Tributária?), através de serviços públicos de qualidade, por exemplo, com uma Educação melhor e educada que represente mais ética entre os cidadãos; uma Saúde muito menos doente; transportes seguros e eficientes; salários dignos, assegurados por uma CLT mais apropriada para quem trabalha(ou) e Segurança que acabe com a guerra civil e com a criminalidade que mata 55 mil pessoas e desaparece com 200 mil, por ano (10% sequer reaparecem), estupra 100 mulheres por dia, roubando nosso direito de ir e vir.