quarta-feira, 3 de agosto de 2016

ELEIÇÕES DURAS

Vive-se um período de grande turbulência política, por tudo que vem acontecendo de grave no país nos últimos anos. Sem medo de errar, pelo menos, nos últimos 13 de reinado petista. A cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o afastamento quase definitivo de Dilma Rousseff e, principalmente, os episódios relacionados à Operação Lava Jato, trazendo em seu bojo, além das muitas investigações, detenções e prisões de altíssimas figuras da República, dentre elas o ex-presidente Lula que ao virar réu, pela primeira vez, corre o sério risco de ser preso a qualquer momento, confirmam o vaticínio de que as eleições deste ano não serão nada fáceis em se tratando de convencer e motivar eleitores. Nem pro Partido dos Trabalhadores, nem pra ninguém. As dúvidas do eleitorado, sem falar em sua ojeriza pela política, bem como as muitas dificuldades para os candidatos, açodadas com o último dia para a realização de convenções destinadas a deliberar sobre coligações e escolher candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador, que ocorre nesta sexta-feira (5) e por várias outras ações, como a minirreforma eleitoral, a resolução do TSE proibindo a doação de empresas para as campanhas (significando menos dinheiro e campanhas mais enxutas, com mais pé no chão e gogó), a Lei da Ficha Limpa - que muitos candidatos, acostumados aos malfeitos, pensam ter 'caducado' - também reforçam a perspectiva de eleições duras, judicializadas e com pouca chance de conseguir mudar a tendência da maioria da população de não acreditar em políticos e participar, efetiva e conscientemente, do processo, votando em dois de outubro. Recente pesquisa do Datafolha, detectou que o grande problema nacional, hoje, é mesmo a corrupção, seguido da saúde, desemprego e segurança pública. Sendo assim, candidatos e partidos envolvidos com a prática comprovada  de desvio de dinheiro público e, de alguma forma, problemas com a Justiça, muito dificilmente conseguirão desvirar o nariz do eleitor - torcido pela roubalheira e tradição de prometer e não cumprir- e levar seu voto. Mas o que fazer para minorar os efeitos de tanto estrago causado por tudo de ruim que está entranhado entre nós? O que os candidatos ao cargo majoritário ( prefeito) podem usar a seu favor para reduzir as muitas pedras, transformando-as em brita de primeira capaz de calçar o caminho até a eleição? Em ambos os casos, devem se utilizar, sempre, da verdade. Mostrar à população que têm mãos limpas e sua capacidade em administrar os verdadeiros recursos, isto é, aqueles que se tem de verdade. Finalmente, devem se aproveitar de tudo que estiver a sua disposição, sabendo aproveitar as poucas brechas legais que restaram, aliás, deixadas pela Justiça que sabe muito bem que os candidatos, em geral, não são cândidos, se lambuzam porque nunca comeram melado e, portanto, não se lhes pode dar mole. Por exemplo, começar antes do início da campanha oficial (16/08) a ocupar as redes sociais, promover reuniões, conceder entrevistas, fazer palestras e debater questões de interesse da comunidade. Se possível, criar fanpage no Facebook, abrir conta no Twitter e começar um canal no YouTube (sem pedir voto, ainda). Tudo com muito planejamento e resguardando a verdade e, claro, a lei para enfrentar um zona de conforto que ninguém estará ocupando nos próximos dois meses. Com a mais pura verdade.