quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

ASSEMBLEIA NA CARPINTARIA

O ano está começando agora, o que é um absurdo diante da grave crise econômica do país e dos muitos problemas políticos postergados e provocados, sobretudo, pelo desentendimento entre os poderes executivos e legislativos, cada vez mais voltados em olhar para o próprio umbigo, contribuindo com o salve-se quem puder. Passada a euforia das festas, é mais do que chegada a hora de se tentar soluções para enfrentá-los (os problemas) e nada melhor do que começar pela própria casa, os municípios, uma vez que são eles nossa morada principal, onde vivemos e usufruimos da maioria dos serviços públicos. Mas, como estes são habitados por seres humanos, envolvendo, aí, vaidades pessoais e pouquíssimo - quase nenhum - senso de equipe e, em novembro acontecem eleições para escolha de prefeitos e vereadores, construir algo que ajude a melhorar a vida nas cidades é uma tarefa árdua, quase impossível mesmo, a não ser que prevaleça o espírito do senso comum em realizar, cada um a sua parte, algo que vise bons resultados e todos saiam ganhando. Ou, na pior das hipóteses, perder pouco já que a crise vem de cima - leia-se governos estadual e federal e Partido dos Trabalhadores- e de outros continentes e, se o barco afundar, morrem todos. Uns já, outros daqui a uns dias, usando uma trágica metáfora para mostrar o quão séria ela é. Para que isto não aconteça, devemos meditar sobre coisas simples como a Parábola da Carpintaria que fala da facilidade de se encontrar culpados, defeitos e da inevitável necessidade de somar esforços num momento como este. Ei-la:
Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia.
Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.
Um martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar.
A causa?
Fazia demasiado barulho; e além do mais, passava todo o tempo golpeando.
O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.
A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso.
Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão.
Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
“Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes.”
A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se, então, como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade.
Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa; ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas. É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades…!!!!