Dona Dilma Rousseff deve achar que tem maioria no Congresso para barrar
sua queda e aniquilar, de vez, o processo de impeachment que o não menos
enrolado Eduardo Cunha move contra ela. Fala-se que o Palácio vai
cobrar, com juros, o apoio que precisa de seus 300 aliados na Câmara e,
depois, na pior das hipóteses para o governo - e a melhor para mais de
65 % da população - dos senadores que tem ( ou pensa ter) na casa alta (
caixa baixa mesmo) , jogando em suas caras os cargos distribuídos nas
estatais nos Estados para os parlamentares. Fora as emendas e outras
'merendas', verdadeiro escárnio e cinismo nacionais
e principais motivos para tanta corrupção e falta de vergonha de suas
excelências. Mas não vai ser fácil como pensam pois, no país em crise,
com um rombo daqueles nas contas públicas, os roubos investigados pela
Lava Jato e mais a insatisfação popular, os supostos 300 esparras de
Dilma podem se rebelar e tirá-la do trono, além de deixá-la inelegível
por oito anos. Aliás, mais uma injustiça da Lei que poderia deixar essa
gente pelo menos por 13 anos fora do cenário, mesmo tempo de duração da farra petista.