domingo, 15 de novembro de 2015

SEM MEDO DE EDUARDO CUNHA

Alguns vêm atacando ao PSDB pela decisão de engrossar a fila dos que defendem a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara Federal. Qual o problema, se a sigla considerou as explicações para contas na Suíça 'insuficientes'? E procedentes, as acusações de que ele teria se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras? Perante à gravidade do envolvimento de Cunha, nada mais coerente do que as senhoras deputadas e os senhores deputados, representantes do partido ( porém, não donos),  pedirem que o presidente da Casa seja afastado até que tudo seja esclarecido. Muito bem esclarecido, por sinal, sem essa de que é "apenas um usufrutuário das contas, ganhou dinheiro com a venda de carne moída, emprestou recursos pra deputado morto ou a mulher gasta dinheiro demais com cartões de crédito, aulas de tênis (essas últimas, com grifo nosso) etc". Sendo assim, é normal que o PSDB, partido que tem Fernando Henrique Cardoso, com toda bagagem intelectual, moral e visão de estadista, capaz de criar o Plano Real, como presidente de honra e Aécio Neves, com todos aqueles votos conquistados, legitimamente, nas urnas, na última eleição, à frente de uma oposição a favor do Brasil, continue defendendo a democracia, a definição dos rumos do Brasil, a consolidação das instituições democráticas, zelando por elas e lutando sempre para que não se amesquinhem, repensando o passado e discutindo os desafios futuros do país e do própria social-democracia. Aliás, por tudo isto, por sonhar um PSDB como a soma das aspirações de brasileiras e brasileiros que querem crescer, melhorar de vida e dar um futuro melhor para seus filhos, fazendo-o em plena liberdade - tal qual seu programa partidário -, é que não pode haver dúvidas pairando sobra as instituições e sobre a cabeça de quem, com alegações soltas, sem o necessário respaldo e provas, insiste em continuar como representante legal de deputadas e deputados, excelências que por não virem muito bem das pernas deveriam seguir o exemplo do PSDB, bem como das outras oposições, exigindo a moralização da política, a começar cortando na própria carne numa tentativa de diminuir a chacota de ter alguém se dizendo inocente e 'protegido' por uma tal de trust. E como última tentativa de resguardar a capacidade de pensar, a inteligência de brasileiras e brasileiros, é que o Partido da Social Democracia Brasileira tem defendido, com veemência, a saída de Eduardo Cunha. Já! Uma pena que, mesmo com toda voz vinda das ruas, pesquisas apontando os políticos brasileiros como os menos confiáveis, todas as contundentes provas contra deputados e senadores e a política nacional como capanga de idiossincrasias pessoais, além de outras chagas vindas da corrupção - a responsável pelo carcinoma oriundo do maior e mais criminoso projeto de poder nos últimos anos - ainda exista tanto corporativismo no Congresso Nacional capaz, até, de blindar, defender acordões ou dar um pouco de fôlego a quem desviou, se beneficiou da miséria alheia, como parece ter feito Eduardo Cunha e tantos investigados em operações da Justiça, da Polícia Federal e outras que têm trilhado o mesmo caminho do PSDB, de tentar defender a ética e a transparência. Estes, senhoras e senhores, talvez tenham sido os principais motivos para que o PSDB venha num crescendo em relação à filiações e responsável maior pela debandada de simpatizantes de outras siglas para o ninho tucano que representa as melhores- e uma das mais autênticas - alternativas para fazer cair as máscaras de quem teve a vez e não fez. Faltando menos de um ano para as eleições de vereadores e prefeitos, pode-se dizer que haverá, sim, uma polarização entre os partidos de situação e oposição e uma prévia para o desejo de brasileiras e brasileiras de continuar como está ou tentar uma opção de mudar o atual estágio que se tem hoje, com aumento de impostos, combustíveis (por exemplo, em dezembro), precariedade nos serviços básicos, insegurança, desemprego, taxa de juros aviltante e tantas formas de aumentar a máquina da corrupção como faz o governo federal. Como ajudou - e parece ajudar - a fazer Eduardo Cunha. Como fazem os companheiros dos dois.