Já era de se esperar que a maioria do Congresso votaria contra o
fim do voto obrigatório. Corporativista e pensando, quase sempre, em
projetos que atendam seus próprios interesses - e dos seus parentes e
amigos - a classe política brasileira não arriscaria acabar com a
obrigação de votar. Nela. A obrigatoriedade de se participar do processo
eleitoral reforça a tese de que reforma política séria, que permita,
por exemplo, a faculdade de escolher - ou não- seus representantes, é
uma tarefa tão difícil quanto acabarem com a compra de voto e os
currais. Coisa que não acontecerá, pelo menos a curto prazo. Enquanto se
puder manipular a população, mostrando força, e impondo as regras,
avanços significativos continuarão proporcionais á prevalência da
desigualdade social e à falta de escolha.