quarta-feira, 12 de novembro de 2014

DAY AFTER

O Brasil é, mesmo, um país contraditório. Pra começar, consideraram estranho a ministra Marta Suplicy- que também é senadora e do mesmo partido do governo - pedir exoneração por não concordar com a política econômica e fazê-lo através de carta dirigida a presidente Dilma Rousseff. Qual o problema se ela foi eleita para isto, ou seja, apontar o que não está certo, examinar as contas públicas e, até, processar e julgar o presidente da República quando necessário? Outra 'surpresa' diz respeito à volta do polêmico ex-deputado e presidente do Vasco, Eurico Miranda, em eleição cheia de aspectos suspeitos e controvertidos como ele. Qual o problema, se as próprias eleições, quase cheias de mistério e dúvidas, colocam nos cargos eletivos milhares de pessoas com igual ou pior perfil e suspeição? Qual o problema se a CPMI da Petrobras, criada para não dar em nada e terminar em pizza, como tantas outras que passaram pelo Congresso Nacional, vai ter o mesmo destino e depois muitos de seus participantes se tornarão prefeitos, governadores, deputados e senadores? Finalmente, por que devemos estranhar políticos condenados do PT e afins estarem sendo e/ou vivendo soltos se 53% da população aprovou tudo que aí está? Nada mais coerente do que, dias depois das eleições, sermos arrastados, todos, para uma taxa de juros e inflação maiores, queda da bolsa, desemprego, aumento da gasolina e da conta de luz e uma corrupção que promete também aumentar pois a vantagem ínfima da presidente já começou a produzir seus efeitos maléficos. Mas qual o problema se a maioria dos votos válidos assim o quis?