A tragédia de Santa Maria (RS) abalou o mundo. Mas erros primários vão continuar acontecendo e causando muitas mortes, basicamente, no Brasil, por três motivos: leis existem e são descumpridas o tempo todo e por todo mundo, há certeza de impunidade e o mais grave, pela corrupção que sempre acompanha coisas assim. Os 232 mortos, os 106 hospitalizados, sendo, pelo menos, 16 em estado gravíssimo, com o habitual desencontro de informações (as autoridades mal sabem precisar seu número de vítimas), apenas confirma o quão desamparados estamos em se tratando de grandes eventos. A negligência, possível superlotação, falta de fiscalização, estrutura deficiente e uso de pirotecnia na Boate Kiss mostraram isto. Estas são algumas das hipóteses que, somadas, teriam contribuído para a tragédia da madrugada do último domingo no Rio Grande do Sul. Passada mais esta comoção, acontecida 52 anos depois do incêndio do Grande Circo Brasileiro, em Niterói, quando 503 pessoas perderam a vida, haverá dezenas e dezenas de palpites vindos de vários pontos do Brasil. E do mundo. A verdade é que shows pirotécnicos vão continuar a existir em locais inapropriados, bem como a ganância por dinheiro gerando superlotação e, na maioria das vezes, muito pânico ( basta começar a primeira briga), fiscais fazendo vista grossa, dependendo da interveniência e interesse políticos, pessoal despreprado também. E que o choro e as lamentações, para muitos, só vão durar até a próxima desgraça.
