domingo, 23 de dezembro de 2012

TOLERÂNCIA ZERO? NUNCA!

A Lei Seca para motoristas está de tolerância zero, dizem. Mas não é tão zero assim. O zero a que se refere a mídia e os governos está próximo dos refrigerantes que vendem a ideia mas contêm um pouquinho de açúcar. Basta acompanhar as blitzen que deixam passar, por exemplo, ônibus, táxis e vans e isto não deveria acontecer, pois a irresponsabilidade dos condutores no Brasil é cultural. Quase ampla, geral e irrestrita. Como é a permissividade de nossa Lei Seca, muitas vezes molhada pela influência das empresas de ônibus, caminhões, cooperativas de vans e táxis, levando fiscais ao suor toda vez que se pensa em parar essa poderosa turma. Não se deve, nunca, generalizar. Nunca. Muito menos partir da premissa de que aquele que bebe uma ou duas taças de um bom vinho, champanhe ou duas cervejas está 'doidão', é um terrível infrator. Uma máquina mortífera. Também não se pode generalizar e dizer que todo motorista profissional bebe. Nunca. Mas o preocupante são as pesquisas a apontar que cerca de 60 % das pessoas bebem pelo menos socialmente. Se a tolerância pretende ser zero ( ou o mais próximo possível), deve-se começar a criar uma estrutura de fiscalização mais eficiente nas ruas, bares, empresas de ônibus, pontos de táxis e campanhas desde o nascedouro, isto é, nas escolas onde existem cidadãos que no futuro vão beber e dirigir carros, ônibus e caminhões. Concordo que algo tem de ser feito imediatamente. Os assassinatos no trânsito atingiram seu limite e as leis não podem aliviar ninguém. Entretanto, como estamos bem longe da cultura muçulmana e do islamismo, o ideal é o governo criar mecanismos reais de não dirigir quando beber. Sem leis politicamente corretas que não pegam. Afinal, o brasileiro, acostumado à bebidinha no happy hour, se sentiria melhor ao ver 'seu motorista' sendo parado para fazer o teste do bafômetro.