segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PREFEITOS COM PÉS E MÃOS ATADOS

Todo início de governo municipal, insegurança e apreensão são as palavras de ordem. Mas não é em relação ao cumprimento das promessas de palanque. Tampouco, saber se o antecessor vai deixar dívidas, dinheiro em caixa, se houve desvios ou se deve-se mandar fazer auditoria para saber se houve e quais foram as irregularidades e equívocos. A grande curiosidade, do momento, a tomar conta das conversas de bastidores, ruas e botequins é quem deverá fazer parte da nova administração durante os próximos quatro anos, quem serão os homens e mulheres a ocupar escalões que possam representar benefícios pessoais. Esta dúvida está para a cabeça do cidadão como o céu para o condor. Saber lidar, ter capacidade para com a coisa pública estão cada vez mais num segundo plano. Hoje, o que manda depois da pré-disposição de aceitar as novas regras do jogo, articulando-se e conjugando forças para obter vitória nas urnas, é o quanto isto irá render. E, aí, surgem os primeiros problemas para o administrador. Do bem ao mal intencionado. Neste cenário, um prefeito raramente assume um governo com todas as 'despesas pagas', permitindo-lhe nomear pessoas que gostaria ou, pelo menos, de sua extrema confiança. O compromisso com a população, escolhendo para os cargos cidadãos ficha-limpa, identificados com a realidade do município e por seu amplo conhecimento técnico, deixa de existir quando prioritário é agradar gregos e troianos. Muito mais aos gregos, cujos presentes couberam -e cabem, ainda - , todos, dentro de um cavalo. Literalmente, é o presente de grego, o verdadeiro cavalo de Tróia, a nos derrotar a todos pobres mortais. Mas não deveria ser assim. Já que está em jogo a administração pública, paga com recursos públicos, nada mais coerente do que os colaboradores, os gestores - com exceção de cargos eletivos e agentes políticos - serem oriundos do próprio quadro permanente das instituições, cumprindo um fiel e autêntico Plano de Cargos e Carreiras cuja ascenção profissional represente fidedignamente as aspirações de quem ingressou através de concurso público passando pelas principais etapas, a começar pelos estágios probatórios e que, por conseguinte, sirvam melhor ao público, pagador de impostos. Mas não é assim. O que se vê, muitas vezes, são 'convites' para ocupar cargos 'de confiança' ( não se sabe de quem) a pessoas distantes da realidade local, mas equidistantes dos compromissos assumidos na campanha eleitoral, como, por exemplo, os apoios políticos e financeiros. Por si só, uma grande desvantagem para o prefeito e sua população. Sendo assim, justo seria que o prefeito Ficha Limpa nomeasse gente assim e governasse com a consciência limpa.