domingo, 21 de outubro de 2012

'ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE'. NÃO NA POLÍTICA


Na política, não há casamento que dure para sempre, nem divórcio que não possa ser repensado. O que se vê com frequência são antigos desafetos juntos e aliados - futuros ex-companheiros -  trocando farpas. A coisa anda mais ou menos dependendo do quanto se  tem de mais ou menos dinheiro em jogo. Jogo, esta é a palavra. Nada a define melhor. Quando assistimos programas eleitorais, como os ainda transmitidos na TV e no rádio, já que algumas cidade definirão o segundo turno no próximo domingo, imaginamos que é pra valer, que os adversários continuarão a se digladiar - e, até, se processar - depois do pleito. Que nada! Ficam mal aqueles que exageraram na dose, se expuseram, fizeram política de maneira mais emocional, enfim, a maioria da população que 'coloca a cara na reta' (como se diz no interior) por acreditar nas diferenças entre os candidatos e suas propostas. Isto acontece em todas as esferas onde tem a tal da política e seu amante fiel, o tal do interesse financeiro, o tal do dinheiro, todos capazes de destruir a mais sólida relação.  Amizade e  senso profissional, tornam-se, logo, démodé, fora de qualquer padrão que a ética - aliás, falta de ética - impõe para se superar obstáculos.  Em muitos casos, até a familiar pode sofrer abalos, pois sempre há pessoas com mais suscetibilidade para perceber que a política é a arte de se perder muito mais do que conquistar. E nesta mesma fogueira de casamentos, divórcios, brigas, ciúmes e separações, com ou sem comunhão de bens, encontramos a presidente Dilma Rousseff do PT e seu vice, Michel Temer, do PMDB  que, após um distanciamento gelado, voltaram a conversar. E muito. É o que ele revela todo feliz a amigos, após as eleições, nas quais o PMDB saiu fortalecido e campeão de eleitos. A presidente o convidou para um papo no Palácio da Alvorada a fim de analisar os resultados. De um aliado do vice: ‘Ela voltou a tratar ele muito bem’. O PMDB tem mais de mil prefeitos eleitos e domina o Sudeste. Dilma não terá opção a não ser compor com Temer para vice em 2014. Com isto, o grupo do governador do Rio, Sérgio Cabral, uma espécie de Cupido às avessas, que queria vê-lo se desimcompatibilizando para fazer dobradinha com a presidente em 2014, terá que se contentar com a disputa para a vaga de senador e apoiar Pezão - ou outro pretendente ao altar - ao Palácio Guanabara. Por isso, minha gente, quando você ouvir alguém dizendo que determinada composição é impossível, fulano ou beltrano, perdedor de uma eleição, não arranja nem pro café, cuidado. Quando menos se espera e de onde também não se espera, é que sai alguma coisa mesmo. Ainda bem que ainda existem pessoas a detestar bajuladores, inescrupulosos e uma política menor.