sexta-feira, 21 de setembro de 2012

NÃO AO VOTO NULO

Às vésperas de nova eleição municipal, o eleitorado tem andado apático por conta de toda corrupção que campeia o território nacional, de norte a sul. A coisa está tão feia que tenho escutado - e lido - várias críticas no sentido de se votar NULO, como se fosse a melhor opção para se reverter este quadro, onde o mal parece ser quase uma regra e a lisura, transparência e idoneidade, a exceção. Realmente, existe uma lei (4737/65/Código Eleitoral, em seu art.224),que diz que se a nulidade atingir a mais da metade dos votos julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias, com novos candidatos. Mas é aí que temos de parar para refletir o quanto vale à pena ignorar propostas - mesmo que algumas contenham equívocos e necessitem aprimoramento -, considerar perda de tempo ir às seções, votar como se isto fosse resolver o problema maior que é a fragilidade das leis eleitoral, Ficha Limpa e outras que ainda permitam candidaturas pouco ou nada cândidas ou, simplesmente, anular pensando resolver os vários problemas nacionais? Quando Pelé disse que 'o brasileiro não sabe votar', na década de 70, ele quis chamar a atenção para os currais e outras mazelas e foi bom enquanto durou. Só que para a sociedade manifestar seu repúdio às canalhices da classe política e a não pactuação pelos escândalos, votar NULO não será suficiente, tampouco sinal de quebra de um paradigma voltado para um país melhor. Afinal, é melhor errar e, depois, corrigir, do que se omitir e ter de ficar calado depois.