Tudo bem que em política paradigmas possam ser quebrados, principalmente, quando se pretende disputar uma eleição difícil como a de prefeito de São Paulo e todo apoio é bem-vindo. A aproximação de Lula com Maluf não pode ser encarada como um escândalo, afinal, isto é campanha, representa aquele minutinho a mais na TV e Fernando Haddad, seu candidato, precisa muito disso. O que contraria tudo, - se é que o ex-presidente e o PT estejam ainda acostumados a qualquer lógica quando se trata de política eletiva e seus métodos -, é que na época das Diretas Já ele vivia gritando que 'daria a própria vida para impedir que Maluf fosse presidente' e durante muitos anos o considerou 'o símbolo da (falta de) vergonha nacional'. Adjetivos não faltaram para expressar seu sentimento por Paulo Maluf. Mas, como, hoje, estão todos na mesma Caixa de Pandora e não estão nem aí para ética, coerência, vergonha ou para o mau exemplo que dão à população, paradigmas deixaram até de existir. Resta a esperança, aliás, único item não liberado por Pandora, capaz de diminuir a prostituição na política nacional.
