PROPOSTAS INDECENTES

Enquanto nossas autoridades se curvarem às delícias da vida, como viagens internacionais, luxo dos hoteis, à gastronomia, vinhos e champanhes de boa safra, aos depósitos em bancos de paraísos fiscais e outras 'vantagens' oferecidas por empresários corruptos e sem qualquer pudor, o Brasil não conseguirá avançar e diminuir as grandes diferenças sociais que existem. Enquanto estas mesmas autoridades se renderem a figuras só porque um dia elas ocuparam altos cargos nos governos e atenderem seus pedidos, muitas vezes tão indignos quanto quem os fez, milhões de pessoas continuarão a morrer nas filas dos hospitais, nos semáforos, nos transportes públicos, sem aposentadoria e educação de qualidade. Mas nunca é tarde para se começar a passar o país a limpo. Basta, por exemplo, a CPMI do Cachoeira convocar governadores, senadores e deputados supostamente envolvidos com o contraventor e a Construtora Delta, obrigando-os a falar e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto e seu colega, o ministro Gilmar Mendes, deixarem claro as propostas e a intenção do ex-presidente Lula para que se adiasse o julgamento do mensalão, como parece ter acontecido dias atrás. E, o principal, que os culpados sejam condenados e presos por seus crimes.