terça-feira, 22 de maio de 2012

MONÓLOGO DE UM CACHOEIRA

...e acabou acontecendo o que todos já sabiam: o bandido Carlos Cachoeira entrou mudo e saiu calado da CPMI que leva seu nome. Escoltado, primeiro, por agentes da PF, que fizeram bem o seu trabalho - e disso podem se orgulhar - e, depois, pelo advogado e ex-ministro Márcio Thomaz Bastos - que não deve se orgulhar tanto assim- o contraventor usou o direito constitucional de permanecer calado, não responder a nada e fazer todos de idiotas. Sófocles, Ésquilo, Aristófanes e Eurípedes iriam se orgulhar de ver uma peça de teatro perfeita, onde durante as encenações predominou o respeito ao roteiro, feito por um renomado dramaturgo. Ou uma dramaturga, para não fugir do manual de redação do Planalto. Divulgação na mídia, palco montado, texto e limitações previamente conhecidos (basta lembrar das CPIs anteriores) só faltava assistir àquele monólogo e à manifestação do público, através de vaias ou aplausos as quais já estamos todos acostumados. E, quase ao final, antes disso acontecer e de abrirem-se as cortinas, surge em cena o bom senso da senadora Kátia Abreu que sugere o fim do espetáculo 'para não entregar ouro ao bandido'. Ainda bem. A terça-feira já estava entediante.