terça-feira, 3 de abril de 2012

SANIDADE PARA POLÍTICOS

Não consigo entender o quê leva um promotor de justiça, ex-secretário de segurança de seu estado e atual senador, como Demóstenes Torres, - cargos ligados à lei, à ordem, à igualdade social e ao juramento de cumprí-las -, jogar tudo para o alto, como parece que fez, ao se envolver com contraventores? As fortes suspeitas levam a crer que foi por dinheiro, pois as gravações tratam de valores, mas prefiro acreditar que algo muito mais forte o levou a praticar desvios de conduta, já que sua situação financeira ( e política também) é confortável. Não podemos nos esquecer que por trás de máscaras existem, sempre, pessoas e o senador, cuja articulação e experiência o levava a se intitular e se comportar como defensor da ética, da moral e um dos mais ferrenhos algozes contra a corrupção, podia estar encarnando de maneira brilhante personagens nos quais ele mesmo acreditava. E o pior, nos fazia, a todos, acreditar. Também não se pode desprezar avaliações mais profundas, aquelas que profissionais de saúde mental costumam chamar, por exemplo, de transtornos, desvios não só de conduta ou algo mais que possa ter levado à mudanças bruscas(?) de comportamento como essa de Demóstenes Torres. Assim como não se pode desprezar a fragilidade de uma população que elege - ou deveria eleger - pessoas para defendê-las, mas que acaba se tornando a maior vítima de todo o sistema. Acho que chegou a hora de, paralelamente aos exames de fichas (Limpa e Suja), se começar a pensar em testes de sanidade e de perfil psicológico mais específicos visando quem pretende ocupar cargos eletivos, pois muitas vezes ficamos à mercê de autoridades que, como qualquer 'mortal', também estão sujeitas as mais diferentes dificuldades e à instabilidade emocional, cujos erros podem prejudicar a tanta gente.