segunda-feira, 2 de abril de 2012

COMISSÕES COM POUCA ÉTICA


A quebra de decoro, ética e, principalmente, vergonha na cara, - a propósito, falta delas -, demonstradas pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO), reacende a velha questão da imunidade parlamentar. Por que pessoas com mandato têm o direito de cometer, por exemplo, desvios de caráter (como ele cometeu) e continuar a se considerar acima do bem e do mal por causa de um saber jurídico? Por que, em nome disso, dos grandes escritórios de advocacia e, quem sabe, do velho corporativismo e as prováveis proteções partidárias, estes mesmos senhores, na maioria absoluta das vezes, conseguem se livrar das safadezas cometidas, devidamente gravadas, e continuar subindo à tribuna para atacar governos, colegas, figuras públicas, votar projetos importantes, ser votado, gritar que é de oposição, etc., como faz Demóstenes e tantos outros políticos? Por que quando, na raríssima e melhor das hipóteses, são cassados, não sofrem processos que representem perdas reais, como mexer logo nos bolsos - e nas caixas - e o permanente alijamento da vida pública? As respostas estão nas "Fichas" dos julgadores', no conhecimento das leis e do nível do eleitorado brasileiro. Mas, se algo der errado (pra eles) e tiverem de recorrer às instâncias superiores, será como uma caixa de surpresas, pois juízes e ministros podem tudo, até que um colegiado aceite consertar seus enganos. Até lá, resta-nos torcer pelas reformas políticas e do Judiciário, por ações isoladas como fez recentemente a corregedora Eliana Calmon e continuar acreditando em alguns bem-intencionados políticos que ainda restam no palheiro.