domingo, 14 de agosto de 2011

SEM LEITURA

As universidades são a porta de entrada para um mercado de trabalho de qualidade, certo? Errado, pois o número cada vez maior de faculdades abertas, em cada esquina, apinhadas de gente sem o preparo ideal, com processos seletivos, ensino e avaliação discutíveis, além de bons empregos distribuídos 'pela cara do freguês' e por processos de nomeações igualmente repreensíveis, fazem do Brasil um país cujo mercado de trabalho, ciência e tecnologia estejam bem aquém do primeiro mundo e do que desejam profissionais de uma boa educação, sendo a evasão, escolar e de intelectuais, a grande - e literal - saída e constatável opção neste momento. Outro bom motivo, digo, mau motivo para a baixa performance deste segmento de estudante, está relacionado a dados divulgados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que mostram que os universitários brasileiros não leem muito ou se interessam em aprender o conteúdo. Segundo a pesquisa, feita com 19.691 estudantes de graduação de universidades federais de todo o país, o perfil é de um a quatro livros por ano, com os índices variando para menos nos estados mais pobres e para mais nos estados mais ricos. Talvez tudo isto aponte para a direção da pedagogia do fracasso, da pouca motivação dos docentes, do descrédito quando se pensa na qualidade do ensino e, embora pareça óbvio, da máxima que diz que uma nação se faz com homens e livros. Finalmente, ninguém pode se esquecer da base, do papel da família, desde os primeiros anos de vida, como a maior educadora e responsável por erros e acertos e por eventuais desestímulos e maus resultados nos campos profissional, moral e até mesmo afetivo.