segunda-feira, 31 de maio de 2010

LESA PÁTRIA À CIDADANIA


Por mais que vejamos o esforço de alguns, projetos moralisadores como o Ficha Limpa correm sério risco e já não causam frisson, nem entre os eleitores que suspeitam tratar-se de uma questão puramente eleitoreira, muito longe de ser saneadora. Até outubro, teremos um Congresso esvaziado sob o ponto de vista de se produzir algo importante para o país, no entanto, como é de praxe nesses períodos, assistiremos políticos, sob holofotes, defendendo com unhas e dentes medidas que "premiem" o anticorrupto, o político honesto e conduzam ao fim da impunidade, prendendo e arrebentando condenados criminalmente pela Justiça. Uma grande hipocrisia, pois o Ficha Limpa, que mais parece uma colcha de retalhos, mesmo sancionado pelo presidente Lula até dia nove (data-limite para que valha para o próximo pleito), ainda assim continuará frágil se não vier acompanhado de uma legislação penal mais rígida e rápida. Como se vê, afastar, temporariamente, da vida pública, quem praticou irregularidades, apesar do grande apelo popular, pode não ter o efeito desejado e a força de um voto consciente.