quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

COMISSÃO DA VERDADE

O episódio que culminou com a exoneração de um general da ativa pode abrir novas feridas em relação a um passado que tanto sofrimento trouxe à sociedade, além de inúmeros precedentes. A chamada "Comissão da Verdade" - criada para investigar crimes contra direitos humanos durante a ditadura (1964-1985) - pode ser um dispositivo perigoso, principalmente em ano político e se não for conduzido por pessoas cujo compromisso maior seja diferente da busca por reparações às injustiças cometidas. Ninguém, em sã consciência -, nem as forças armadas, guardiãs da pátria -, pode admitir que as torturas e os desaparecimentos de gente inocente simplesmente sejam esquecidos. O mesmo acontece com a sociedade civil organizada que não quer ver a "Comissão da Verdade" ser transformada em "Comissão da Calúnia", tão pouco em inquisição espanhola ou qualquer outra forma de se julgar com fanatismo ou revanchismo.