terça-feira, 3 de março de 2009

O ADVOGADO DO DIABO


Nada mais apropriado do que ter assistido, novamente, ao filme O Advogado do Diabo, de Taylor Hackford, baseado em obra de Morris West, dispensando, todos, maiores comentários. A eterna batalha entre o bem e o mal, no sentido bíblico da coisa, sempre teve uma aura de apelo quase irresistível. O filme tenta deixar claro que o horror, em si, não é uma consequência direta da mão do demo, mas sim das escolhas que fazemos ao longo da vida, estas sim muito influenciadas pelo mal que emana das profundezas. A ideia principal acerca do diabo é que ele cria o cenário, seduz a vítima com aquilo que ela mais deseja e dá-lhe atenção maior que qualquer promessa etérea que dos céus possa surgir. Porém, ele não a obriga a fazer nada. No meu caso específico, tenho sentido, como no filme estreiado por Al Pacino e Keanu Reeves, o peso de uma escolha e isto deu-se ao livre arbítrio - mote principal da obra -do qual jamais pretendo abrir mão, renegar ou me arrepender. Hoje, tenho a convicção de ter feito a coisa certa, haja vista a injustificável (moral e juridicamente falando) quebra da habitualidade e o terror psicológico impostos por meus algozes como uma espécie de "castigo". O trecho final do filme deixa bem claro que a advocacia é uma espécie de nova ordem mundial, onde todas as maquinações do demo atingem uma escala de proporções gerais mas contra ela existem outras forças como, por exemplo, os valores éticos existentes em qualquer área, inclusive nas de direito e jornalismo, outra boa mensagem do filme. Fica fácil, para quem acompanha nosso trabalho, entender as razões da comparação de parte da minha caminhada com os prazeres de um advogado do diabo.