quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

JUSTIÇA EM VERSO E PROSA


Um juiz, provavelmente entediado, resolveu deixar seu trabalho, digamos, um pouco mais divertido: proferiu seu voto em forma de verso durante um julgamento na semana passada. O juiz Afif Jorge Simões Neto, da 2ª Turma Recursal Cível do Rio Grande do Sul, encontrou uma forma até criativa para negar um pedido de indenização feito pelo chefe de um rapaz que, durante um discurso na Câmara dos Vereadores de Santana do Livramento, afirmou que ele não prestava conta das verbas públicas recebidas para a realização de eventos. Imagina se a moda pega?! Confira aqui o voto-poema ( Proc. nº 71001770171 ): "Este é mais um processo Daqueles de dano moral O autor se diz ofendido Na Câmara e no jornal. "Tem até CD nos autos Que ouvi bem devagar E não encontrei a calúnia Nas palavras do Wilmar. "Numa festa sem fronteiras Teve início a brigantina Tudo porque não dançou O Rincão da Carolina. "Já tinha visto falar Do Grupo da Pitangueira Dançam chula com a lança Ou até cobra cruzeira. "Houve ato de repúdio E o réu falou sem rabisco Criticando da tribuna O jeitão do Rui Francisco "Que o autor não presta conta Nunca disse o demandado Errou feio o jornalista Ao inventar o fraseado. "Julgar briga de patrão É coisa que não me apraza O que me preocupa, isso sim São as bombas lá em Gaza. "Ausente a prova do fato Reformo a sentença guerreada Rogando aos nobres colegas Que me acompanhem na estrada. "Sem culpa no proceder Não condeno um inocente Pois todo o mal que se faz Um dia volta pra gente. "E fica aqui um pedido Lançado nos estertores Que a paz volte ao seu trilho Na terra do velho Flores."